Como foco e equilíbrio auxiliam mulheres a conciliar cargos de liderança com a família em SC
08/03/2025
(Foto: Reprodução) Daiane e Adriana são exemplos de mulheres que conseguiram conciliar a carreira em ascensão com a criação dos filhos e a organização do lar. Como foco e equilíbrio auxiliam mulheres a conciliar cargos de liderança com a família
Desde sempre, as mulheres são pressionadas pela sociedade a sempre ceder, seja em prol da família ou para garantir a organização do lar e da criação dos filhos. Mas, com o avanço de conquistas e rompimentos com a então normatividade, é possível observar como mulheres em cargos de liderança podem crescer como profissionais sem renunciar ao tempo ou planos pessoais e familiares.
Para isso, a compreensão dos parceiros é essencial para garantir que também possam atuar com as plenas capacidades, sejam emocionais ou intelectuais.
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E neste Dia da Mulher, o g1 apresenta a história de duas catarinenses que se tornaram a peça principal na sustentação da família e que tiveram nos companheiros e no histórico familiar o apoio primordial para equilibrar a carreira em ascensão e a criação dos filhos.
"É muito comum na nossa sociedade que a mulher abra mão, faça concessões, seja de um hobby ou da carreira para cuidar da família e são poucas as vezes que você vê o homem abrindo mão em função da família", diz Daiane Fagundes Maeinchen.
Daiane, que é gerente de Comunicação, Marketing e Responsabilidade Social em uma grande empresa, deixou a cidade onde vivia com o marido e as duas filhas em Santa Catarina para assumir um posto de liderança em Pernambuco.
A decisão foi acompanhada pelo marido Jefferson, que deixou o emprego onde trabalhava por 13 anos para manter a família junta e dar o suporte para Daiane diante dos novos desafios.
"Sempre tomamos as decisões pensando na família e desta vez não foi diferente. Temos vários colegas que se mudaram e vieram trabalhar nesse projeto e são os homens que vieram e trouxeram as suas esposas. Sou o único caso de mulher que veio e trouxe toda a família", completa Daiane.
Daiane mudou de Santa Catarina para Pernambuco com a família
NSC TV/Reprodução
Com a nova função profissional consolidada, ela conta que os desafios de manter uma casa e garantir bem-estar e educação para duas filhas são compartilhados.
"Cada um faz o seu papel. Ele já em outros momentos já precisou viajar, agora sou eu que preciso viajar, então ele também faz o papel de pai dentro de casa. Não é que ele vai ajudar, ele vai ser o pai, e a mãe vai estar ausente naquela semana e está tudo certo. A chave é respeito, comunicação, comunicação aberta e transparente", reitera.
Daiane mudou de Santa Catarina para Pernambuco com a família
NSC TV/Reprodução
Liderança e protagonismo pelo exemplo
Adriana Krutzschlana é líder em uma empresa que atua na produção de lustres e outros objetos de decoração. Ela conta que trabalhar na indústria foi um caminho natural pelo que viu a mãe viver após a morte do pai.
"As minhas brincadeiras de criança eram dentro de uma oficina. A minha mãe teve uma refrigeração e um 'jato' de areia, e após o meu pai falecer, ela tocou o negócio da família. Então, minha vivência, meu dia a dia foi brincando com ferramentas dentro de uma oficina", diz Adriana, de Blumenau.
Na lida, ela não está sozinha. A empresa onde trabalha tem 60 colaboradores, dos quais 42% são do sexo feminino, e metade dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
"A gestão feminina é mais humanizada, até pelo fato da empatia que temos, a mulher tem um jeitinho pra chegar, conquistar as pessoas, sempre com transparência, leveza, isso querendo ou não, aproxima", completa Adriana, que tem uma filha de 14 anos.
Adriana Krutzschlana é líder em uma empresa que atua na produção de lustres
NSC TV/Reprodução
Em casa, ela fala que o crescimento profissional motivou mudanças na rotina da casa, com o companheiro sendo o principal aliado.
"Meu esposo sempre cuidou das finanças, mas de alguns anos para cá, eu cuido de todas as finanças, me encontrei nesse papel, e ele aprendeu a cozinhar. Então, hoje ele cozinha muito melhor do que eu, e eu cuido das finanças melhor do que ele", finaliza.
Adriana atua em empresa onde 42% dos colaboradores são do sexo feminino
NSC TV/Reprodução
Participação no mercado
A maior dedicação ao trabalho de cuidado e doméstico impacta também na inserção no mercado de trabalho – o nível de ocupação das mulheres adultas (entre 25 e 54 anos) que vivem em casas com crianças de até 6 anos é inferior (56,6%) à das que vivem em lares sem (66,2%).
Entre os homens acontece o inverso: em domicílios com crianças de até 6 anos, 89% de homens adultos estão ocupados, contra 82,8% das casas sem crianças. Os dados são referentes a 2022 e fazem parte do estudo Estatísticas de Gênero, divulgados pelo IBGE no Dia da Mulher em 2024.
Com isso, a taxa de participação das mulheres acima de 15 anos no mercado de trabalho segue inferior à dos homens (53,3% ante 73,2%), e ainda inferior ao patamar de 2019, pré-pandemia (55,4% ante 75,2%).
Das inseridas no mercado, 28% estavam em trabalhos de tempo parcial (de até 30 horas semanais) - quase o dobro (14,4%) do verificado entre os homens. E a informalidade também é maior entre as mulheres (39,6%) do que entre os homens (37,3%).
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